Aqui, será discutido:Direito Humano à Comunicação; manipulação da informação e assuntos afins... Sinta-se à vontade e aprecie sem moderação! Que nosso conhecimento não seja um obstáculo à humildade, pois o desejo de ter sempre razão é o maior obstáculo às idéias novas.
sábado, 5 de março de 2011
Decidindo o que é notícia
Resenha crítica do livro: Decidindo o que é notícia do professor Vizeu, UFPE
Uma das principais características do jornalismo no Brasil é a manipulação da informação que resulta na dominação da realidade. De acordo com teorias ligadas ao campo jornalístico, os profissionais inseridos no sistema midiático deveriam trabalhar sob a ótica da isenção e da objetividade de modo a garantir pluralidade e diversidade de opiniões na sociedade.
Porém, ao se autodenominar formadora e porta-voz da opinião pública em meio a uma realidade história construída sob ilegalidades, a mídia no Brasil sufoca as diferentes visões, elimina o pensamento crítico e, consequentemente, suprime a democracia.
Em Decidindo o que é notícia: Os bastidores do telejornalismo, o professor e jornalista Alfredo Vizeu, ao analisar as rotinas de produção de alguns telejornais do País, observa que os meios de comunicação seguem uma lógica distinta da responsabilidade social e do compromisso com o público – princípios que deveriam nortear a atividade e a dignidade moral do profissional ligado à atividade jornalística. Na verdade, incorporada a lógica político-econômica, a mídia satisfaz os interesses e perpetua os privilégios de poucos, violando, dessa forma, os direitos da maioria.
Em seu livro, Vizeu destaca que no Brasil a relação capitalista entre informação e mediação fez surgir uma dependência mercadológica responsável por subordinar a mensagem à política editorial da empresa. Dessa forma, citando o jornalista e estudioso Ciro Marcondes Filho, o autor aponta as atuais características da informação transmitida com base nesse pressuposto:
“Notícia é a informação transformada em mercadoria com todos os seus apelos estéticos, emocionais, sensacionais; para isso, a informação sobre um tratamento que a adapta às normas mercadológicas de generalização, padronização, simplificação e negação do subjetivismo”. (VIZEU, p.69).
A ausência/ineficiência de uma legislação contribui com essa realidade ao propiciar a propriedade privada e sustentar a concentração do sistema de mídia nas mãos de políticos e empresários preocupados com a manutenção do status quo. Tendo os políticos como os principais concessionários de rádio e televisão, os setores especializados na produção de informação respondem somente aos interesses dessa categoria, ou melhor, aos interesses particulares do proprietário da empresa em detrimento às responsabilidades frente à sociedade.
Por: Cleyton Douglas
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